Os sistemas de decisão, constituídos pelos subsistemas de pilotagem/monitorização (objectivos, diagnóstico de problemas, alternativas de decisão e decisão), informacional (recolhe, agrupa, trata e fornece, em suportes variados, a informação que procede dos outros subsistemas) e operativo (domínios sobre os quais actuam), tiram , assim , beneficios importantes dos avanços significativos das tecnologias de informação e comunicação. A participação dos cidadãos pode também ser incrementada, porque o acesso à informação é mais fácil e a interactividade foi generalizada como uma característica dos sistemas.

A comunidade científica passou a dispor de ferramentas que libertam mais tempo e disponibilizam quantidades de informação just-in-time, que possibilitam a experimentação e a procura das ligações e conexões entre áreas do saber, entre elementos e formas do conhecimento humano, entre os espaços geográficos nas diferentes escalas de análise, entre investigadores com preocupações similares. O cientista pode, assim, concentrar-se nas lógicas, na construção do saber, na comprensão dos territórios, na procura da descoberta, na investigação, fundamentando as estratégias e as decisões, encontrando novos caminhos, novos equilíbrios entre o homem e o ambiente, entre a Geografia Humana, como espaço vivido,simbólico, subjectivo, em transformação contínua, e a Geografia Física, entendida como suporte, constrangimento, fonte de possibilidades, de mistérios, do desconhecido que desperta a curiosidade e estimula a pesquisa.

Essa visão, orientada para a acção, controlo e gestão dos territórios, deverá assentar numa leitura diacrónica, na base dos tempos longos, utilizando o conhecimento, a informação geográfica e as potencialidades que a Sociedade de Informação oferece, dando assim sentido e profundidade às tarefas das rotinas do quotidiano, mais apoiadas em análises sincrónicas e na repetição imposta pela standardização informática.

Com este número da GeoINova pretendemos introduzir alguns elementos de reflexão sobre esta problemática complexa e muito actual, que nos remete, em última instância, para o papel da ciência, para a filosofia do conhecimento geográfico, para a prática em Geografia, para a ligação entre o conhecimento e a acção, entre a ciência, a técnica e a prática profissional.