Estamos assim numa fase de grandes desafios na procura do reequilíbrio dos sistemas naturais, pressionados pela tensão entre tempos naturais e tempos sociais. A segurança ambiental internacional tornou-se um imperativo que exige a estabilização da concentração de gases com efeito de estufa e a sua redução e a aposta nas energias alternativas aos combustíveis fósseis, na reciclagem dos produtos (de forma a reduzir a pressão sobre os recursos naturais) e nas actividades humanas direccionadas para o desenvolvimento sustentável.

A capacidade de carga ambiental, a vulnerabilidade dos territórios, a exposição aos riscos naturais, a globalização da governância do sistema- Terra são agora questões centrais na pesquisa científica e nas preocupações das políticas públicas. Os gastos ambientais assumem, por isso, um peso cada vez maior nos orçamentos dos países desenvolvidos onde os instrumentos económicos vão incorporando, de forma progressiva, a componente ambiental.

Estamos perante uma problemática que, pelo inquestionável interesse, actualidade e pertinência, justifica que lhe dediquemos este volume da nossa revista. Não temos a ambição de esgotar o tema mas queremos participar no debate fornecendo elementos para a reflexão.

As grandes mudanças em curso na “Geografia Mundial” apelam a uma nova simbiose entre os sistemas naturais e sociais e a uma intervenção humana concertada no sentido da sustentabilidade, em todas as suas dimensões.

É uma oportunidade para aprendermos a actuar de forma solidária e para reforçar o respeito pelo ambiente, a partir de cada cidadão e das comunidades locais, respeito que se deverá impor como um valor aos diferentes Estados e empresas, de forma a salvaguardar a qualidade de vida das gerações presentes e vindouras.